Cada pessoa tem seu conceito próprio de
felicidade, mas para uma grande maioria, está ligada a aquisição de bens
materiais e um trabalho bem remunerado. Será que em uma sociedade as pessoas
ricas são mais felizes que as pessoas pobres? Os exemplos que vejo no meio em
que vivo, é que as pessoas estão sempre buscando mais dinheiro, bens e status.
E no momento que alcançam esses objetivos não estão felizes, pelo contrário, vivem
estressados, com muitos problemas, depressão e cheios de ganâncias, que afetam
as relações de trabalho e, também, as familiares.
É fato, que vivemos em uma sociedade
capitalista que dita as regras do consumismo, da aquisição material, e a troca
dos mesmos diante dos lançamentos. Será que por essa razão a busca pelo
material é mais importante que seu bem estar espiritual? Para Epicuro,
felicidade é bem estar, é ter amigos, uma vida analisada e autossuficiente, ou
seja, o mesmo diz que alcançar felicidade não está ligado a recursos financeiros,
pois, a felicidade não é o corpo, mas a alma.
A felicidade não é permanente, mas os
momentos de infelicidade podem servir para reflexão em busca da verdadeira
felicidade, que é possível ao conhecer nossa própria essência e nos aceitarmos sem
guerras interiores.
"Felicidade
não é o que acontece na nossa vida, mas como nós elaboramos esses
acontecimentos. A diferença entre o sábio e o ignorante é que o primeiro sabe
aproveitar suas dificuldades para evoluir, enquanto o segundo se sente vítima
de seus problemas"
Roberto
Shinyashiki
O alimento para alma pode ser adquirido
no ato de pensar, pensar coisas boas. Afinal, ninguém pode nos impedir de
pensar em coisas boas, não importa como, onde e com quem estamos. E dessa
forma, nos sentiremos cheio de amor, livre e feliz. Para Epicuro, a felicidade
é decorrência do prazer; de um prazer que nasce da saúde do corpo, da mente e
da serenidade do Espírito; E este estado de alma é atingido pelo conhecimento e
controle dos desejos diante da vida.
Esta filosofia pode ser alcançada em
qualquer fase da vida, pois não existe um período certo para ser feliz.
Poderíamos nos espelhar nas crianças que brincam, riam e se diverte de forma
espontânea, sem necessariamente estarem vestidas em uma roupa de marca, com
brinquedos caros. Lembro-me bem da minha infância, onde todas as crianças da
vizinhança se reuniam para brincar de se esconder, salada mista, do queima, amarelinha,
cai no poço, bombaquim, ou será bombarquim? Ah, não importa a escrita correta,
o que de fato era importante eram os momentos felizes ao qual estávamos
vivenciando umas com as outras.
Já que comecei falar um pouquinho da
minha vida, gostaria, também, de falar um pouquinho da minha adolescência, que
aliás foi muito boa, cresci meio uma sociedade simples e não tinha muitos
recursos, mas os churrasquinhos que fazíamos na casa de alguns amigos, as
festinhas onde a entrada de universitário eram liberadas e ocorriam durante o
dia, o que facilitava o transporte e o dinheiro era contadinho, eram muito
divertidas. Na época, as vezes nos reclamávamos, por que o que tínhamos não
dava nem pra comprar um cachorro quente, e tínhamos que ir embora na melhor
hora, por que o último ônibus estava pra passar e se perdesse não tinha como
voltar pra casa.
Hoje sou formada, tenho minha profissão,
o que ganho dá pra me manter sem grandes dificuldades, mas o meu dia a dia é
muito corrido, em que as vezes quero fazer uma viagem, ir pra uma festa, falar
bobagens com os amigos, mas o cansaço muitas vezes prevalece e analisando os
deveres a serem cumpridos no dia seguinte, é preferível ficar em casa. As
vezes, paro e começo a refletir! Será que um carro, uma casa e estabilidade
financeira é suficiente para eu ser feliz? E lembro: na minha infância e
adolescência eu não tinha dinheiro sobrando e nem os meus pais, era apenas o
suficiente para uma vida digna; E afirmo: Eu era muito feliz!
E
hoje me questiono: Será que sou feliz?!