Segundo Sêneca, a ira é desencadeada em nós porque somos muito otimistas com relação às situações, e
quando as coisas não saem como pensamos ficamos decepcionados e irritados. De
acordo com ele se fossemos mais pessimistas, não esperássemos sempre o melhor,
mas ao contrário, esperássemos o pior, quando isso acontecesse não seriamos tão
pegos de surpresa, e evitaríamos que fôssemos grandemente atingidos por estes
acontecimentos, e perdêssemos o controle de nossas emoções, colocando em risco
os que nos rodeiam e a nós mesmos.
Agora
imaginemos que uma teoria, formulada em séculos passados. Possa nos ajudar nos
dias atuais. Que predomina o sedentarismo, o estresse, a correria das grandes
cidades. Onde basta um pequeno xigamento no trânsito, um esbarrão, mesmo que
não seja proposital, ou mesmo uma simples brincadeira de um colega, tudo é
motivo para desencadear a fúria adormecida dentro de cada um. Um fato curioso é
que a juventude da atualidade está muito impaciente, “mimada” e rebelde, isso a
torna suscetível a irrita-se de maneira fácil, o que se pode perceber quando
vemos nos jornais:jovens agredindo uns aos outros, espancando, matando,
estuprando, porque não estão acostumados a terem frustrações. Sêneca afirmava
ainda que pessoas de classe social mais elevada sofreriam mais com esse tipo de
situação, pois estão mais habituados a terem o controle em suas mãos,ou seja
ele nos dar a entender que é possível identificar uma pessoa que tem uma
probabilidade maior de irar-se mais facilmente. Assim ele nos ajuda a evitar
esse sentimento tão devastador.
É
interessante refletir e perceber que, mesmo uma idéia levantada há tanto tempo
atrás ainda faz sentido, e mais importante, pode ajudar-nos a controlar ou
fugir de um tão perigoso sentimento humano, quem sabe se não o mais perigoso de
todos. O que vem nos mostrar apenas que mesmo passado tanto tempo e com toda
essa evolução e tecnologias em geral, o homem não mudou tanto, pelo menos nos
seus sentimentos e essências continuam os mesmos, ainda que corrompidos pela
modernidade.
Ana Paula Cardoso
Nenhum comentário:
Postar um comentário