quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

As visões do amor




Quando se fala de amor o que lhe vem à cabeça? Bom, o amor tem vários significados para as diferentes pessoas. Há quem diga que é afeição, atração, o sentimento mais bonito do mundo, que deve ser intocável, que não se pode amar mais de uma pessoa. Há, também, os que dizem que é um sentimento indefinível e logo lhe passam várias coisas bonitinhas na mente.
Não é difícil encontrarmos exemplos da visão pessoal sobre o amor, em que basta abrir as páginas de relacionamento para averiguarmos o que vos falo. Encontramos diariamente várias mensagens sobre o que as pessoas acreditam ser o amor.  Acontece que nem sempre esse sentimento foi visto como é na sociedade contemporânea, veio se modificando com o passar dos tempos, onde deixou de ser o simples ato de reprodução, para um amor idealizado como, por exemplo, à época de Shakespeare onde Romeu e Julieta se apaixonaram perdidamente e o amor fez com que eles preferissem morrer à viverem separados. É engraçado perceber como são os indivíduos quando estão apaixonados, tudo é tão lindo, tudo são sempre flores, aquela pessoa a quem você ama nunca irá desapontá-lo, ou fazê-lo infeliz e aquele sentimento é como se fosse a única coisa importante em suas vidas. 
Arthur Schopenhauer, filósofo alemão do século XIX, inclina-se em uma tentativa de dar uma explicação para o amor de acordo com sua visão. A coleção Filosofia: um guia para a felicidade apresentada por Alain de Botton tenta nos mostrar, com o vídeo Schopenhauer e o amor, um pouco do que ele falou. Para Shcopenhauer as pessoas não deveriam acreditar que o amor estava diretamente ligado à felicidade, mas que o amor não era um assunto trivial e que nada na vida é mais importante que o amor. Ele era um jovem rico, bonito, que envolveu-se com uma garota, teve um filho com ela só que não queria saber de casamento, pois para ele o amor é uma manifestação de desejos inconscientes de perpetuação da espécie. Antes mesmo de Freud e Darwin, Schopenhauer já afirmava que nos apaixonamos porque inconscientemente queremos apenas nos reproduzir, então selecionamos as pessoas que dizemos amar, pois elas possuem boas características que serão repassadas a nossos filhos.
Sim meus queridos leitores, é o que vocês devem estar imaginando. Ele afirmava que nós selecionamos nossos amores como no exemplo a seguir: eu tenho um queixo grande, então vou “amar” um parceiro que tenha um queixo pequeno para que meus filhos nasçam com queixo bonito.  Para esse filósofo somos como os animais que só procuram perpetuar a espécie, somos levados por impulsos biológicos que ele chamava “vontade de viver”. O amor foi apenas uma “desculpa” criada para que pudéssemos acasalar e ter descendentes, pois nunca assumiríamos isso na realidade não é? Então conscientemente estamos escolhendo o amor da nossa vida e inconscientemente o pai ou mãe de nossos filhos, única e exclusivamente.
 Concordo com Schopenhauer quando ele diz que o amor não anda de mãos dadas com a felicidade, mas eu discordo totalmente quando ele fala que inconscientemente escolhemos quem amamos unicamente para a reprodução.  Definir exatamente o que é o amor, confesso que não sei, mas eu acredito sim nele, só que não desta forma completamente ilusória, com todo esse romantismo exagerado, em que as pessoas imaginam que o amor vai resolver todos os seus problemas.
Acho que existe sim, o gostar, querer estar junto, perto, querer ser cuidado, querer lealdade, fidelidade, só que junto com isso vem a vida real, deve existir uma coisa racional em conjunto. Como diz um trecho do vídeo de Alain de Botton: “Schopenhauer convida-nos a assumir um ponto de vista diferente, e considerar que a felicidade não está em questão. Ele não queria nos deixar deprimido, mas nos libertar das expectativas que podem acabar gerando frustrações. Às vezes, os pensadores mais pessimistas, paradoxalmente, podem ser os que nos oferecem mais consolo!” 
Deixo assim a minha opinião e a do Schopenhauer a respeito do sentimento que todo mundo quer ter, o amor.
  Thawanna Rêgo


5 comentários:

  1. Um jeito bem interessante de ver o amor!
    Gostei!

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  2. Muito bom esse texto.

    O amor não necessáriamente te tornará uma pessoa feliz intelgramente, o "segredo da felicidade" irá depender da racionalidade e da forma como cada indivíduo conduz a sua própria vida.

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  3. Primeiramente,meus parabéns!Acho que o texto é da twaunna, confere? Em relação a conexão entre felicidade e amor aos olhos de Schopenhauer, o mesmo defende que a felicidade seria apenas uma interrupção temporária, digamos, um intervalo de um processo de infelicidade maior, pois não existiria satisfação durável e eterna.
    Isso me leva a entender que não só o amor, mas qualquer outro sentimento não tem a capacidade de nos suprir de plena e perpétua felicidade ou de infelicidade, também. Apesar de ser uma otimista de plantão, ao contrário de nosso pensador, acredito que é nesse desequilíbrio de temperamento, humores e sentimentos que encontramos o nosso eixo! Pode parecer um paradoxo, mas é no desequilíbrio que temos a oportunidade de encontrar e caminhar para o nosso equilíbrio!
    E vamos amar, né pessoal! Só assim poderemos criar oportunidades de felicidade nesses intervalos maravilhosos...e que seja eterno enquanto dure, como disse o Poetinha.

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    1. Hahahahahaha adorei o comentario Socorro. É meu texto sim. E concordo com voce.. Vamos amar!

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  4. E Vamos AMAR!! [3] KKK. Gostei do seu texto Thawanna, parabéns.
    Tarcizo'

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